INFORMATIVO DA ATY GUASU, UMA COMISSÃO DE LIDERANÇAS DA ATY GUASU, NO DIA 10/12/2012 ENTREGOU ESTE DOCUMENTO À COMITIVA DOS SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS.
DA: ATY GUASU GUARANI E KAIOWÁ-MS.
PARA: Comitiva dos Senadores da República, Deputados Federais, Governo e Justiça Federal.
arani e Kaiowá.
Inicialmente, queremos agradecer pela visita ao Guarani e Kaiowá. Na ocasião, vamos repetir aqui, mais uma vez os fatos que aconteceram e continuam acontecendo com a nossa vida e com as nossas terras antigas. Em primeiro lugar, desde 1950, nós Guarani e Kaiowá fomos expulsos de nossas terras tradicionais pelos atuais fazendeiros, por isso estamos morrendo, sofrendo em 20 pequena ilha de terra. Estamos vivendo distante de nossa terra antiga há mais de 30 anos. Dia a dia, passamos por situação de miséria, ameaça de morte, não estamos sendo bem atendido nos órgãos públicos. De fato, desde 1980, nas pequenas ilhas, denominada de aldeia/reserva indígena, mais de 950 Guarani e Kaiowá se suicidaram por não se adaptar às reservas indígenas. Mais de 15.000 (quinze mil) homens estão sendo explorados e escravizados na usina de álcool. Além disso, mais de 200 lideranças Guarani e Kaiowá foram assassinadas pelos fazendeiros. Desde 1970, os recursos naturais de nossas terras foram totalmente destruídos e nossas águas e rios estão sendo envenenado e poluído. Diante dessas situações atuais, nós lideranças da Aty Guasu, em primeiro lugar, passamos a demandar uma indenização e política pública de reparação para o povo Guarani e Kaiowá sofrida e expulsada de seus territórios antigos.
Sabemos e acompanhamos que nos últimos dois anos, já há várias comissões criadas, tais como: Comissão de CNJ, etc, cada semana está sendo criada mais uma “comissão”, mas nenhuma comissão não discutiu seriamente a devolução de territórios indígenas e indenização para Guarani e Kaiowá expulsos de suas terras antigas. Por isso, nós da Aty Guasu, vimos entregar à comitiva dos Senadores e Deputados federais, sobretudo aos Governos e Justiça Federal.
Os assassinatos de nossas lideranças, sofrimentos permanente dos Guarani e Kaiowá e destruições de nossos recursos naturais, em resumo O GENOCÍDIO SÃO nossa justificativa de indenização e política de reparação para sobreviventes Guarani e Kaiowá sofridos e expulsas das terras antigas, localizadas no cone sul de Mato Grosso do Sul.
Como já é sabido, que desde 1950 até 1980, vários homens indígenas (Guarani e Kaiowá) foram escravizados pelos fazendeiros para fazer a derrubada de mato, no atual cone sul de MS. As atividades desses indígenas eram derrubar o mato com as ferramentas manuais, tais como: facão, foice, machado e enxada. Duração desse trabalho degradante eram 14 horas por dia. Os três (03) homens não índios-pistoleiros “brancos” com mão armada vigiavam diariamente os trabalhos e as casas dos indígenas. Além disso, os homens Guarani e Kaiowá não recebiam nenhum salário/remuneração por essa atividade pesada e degradante.
Esses homens indígenas Guarani e Kaiowá trabalharam de modo escravizado somente para não abandonar ou sair de seu território antigo. Hoje, eles são escravizados ainda na usina de álcool.
Importa destacar que a maioria dos idosos Guarani e Kaiowá que trabalhou na derrubada de mato está ainda com vida e está no acampamento em conflito no cone sul de MS. Diante dessas narrações de todos os idosos Guarani e Kaiowá, nós lideranças da Aty Guasu solicitamos, com urgência, as indenizações de reparações para comunidades Guarani e Kaiowá expulsas de seus territórios. Assim, essa indenização tem que apresentar uma medida compensatória por trabalho escravo, danos morais e materiais sofridos pela comunidade, expulsa de seu território tradicional no processo de criação das fazendas sobre os territórios indígenas, no cone sul de MS.
Atenciosamente,
Tekoha Guasu Pyelito kue/Mbarakay-Iguatemi, 10 de dezembro de 2012.
Lideranças da Aty Guasu Guarani e Kaiowá-contra genocídio.
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