O Conselho da Aty Guasu esclarece, em relação às declarações dadas nesta quarta-feira (30/11) pelo presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Márcio Morgatto, a respeito do episódio em que um grupo de fazendeiros do qual ele fazia parte ameaçou as lideranças indígenas que participavam de visita de representantes da Presidência da República ao grupo guarani-kaiowá do tekoha Pyelito Kue-Mbarakay, no último domingo (27/11):
Os homens que ameaçaram as cerca de 100 lideranças indígenas que estavam em dois ônibus não o fizeram diante da comitiva oficial, a qual estava escoltada pela Força Nacional de Segurança Pública. Esse é o motivo, aliás, pelo qual, segundo os policiais, eles não foram presos em flagrante pelas ameaças.
Mais uma vez, trata-se da palavra de um branco contra a de dezenas de indígenas. Infelizmente, em Mato Grosso do Sul, temos visto episódios de violência em que o grito de dor de uma comunidade inteira vale menos, diante da Justiça, que a voz dissimulada de um único karaí.
Abaixo, encaminhamos aos srs. da imprensa a foto da caminhonete cujos ocupantes fizeram as ameaças, antes de chegar ao local onde foram abordados pela Força Nacional.
O carro onde estavam os fazendeiros que ameaçaram as lideranças indígenas |
Primeiro, só havia uma caminhonete no local do encontro |
05 a 08 minutos depois de ameaçar os indígenas que estavam dentro do ônibus em movimento, o carro de cabine dupla chegou e estacionou, e o motorista começou a conversar com a Força Nacional e a comitiva da Presidência da República. O motorista estava sem documento do veículo e não portava documento pessoal. Os papeis foram trazidos a ele pelos ocupantes de uma terceira caminhonete, após chamada telefônica
Os dois ônibus com as lideranças que foram ameaçadas |
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