História Aty Guasu

Tonico Benites-Guarani-Kaiowá e pesquisador da UFRJ

História da invasão do território Guarani Kaiowá

Tekoha Guasu Guarani e Kaiowá, 18 de dezembro de 2012.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

FIM DO MUNDO na nossa visão dos Guarani e Kaiowá.

FIM DO MUNDO OCORRERÁ EM DECORRÊNCIA DO AVANÇO DE AGRONEGÓCIO, CANA DE AÇÚCAR, SOBRETUDO POR DESTRUIÇÃO DA NATUREZA
Essa nota visa explicitar de forma sintética o FIM DO MUNDO na nossa visão dos Guarani e Kaiowá.


É destacar que uma das preocupações e lutas centrais dos intelectuais/sábios/lideranças Guarani e Kaiowá é para não ocorrer o FIM DO MUNDO.

Nossos intelectuais e lideranças Guarani e Kaiowá explicam que há basicamente alguns fatos fundamentais que levarão ao fim do planeta Terra/Mundo e da humanidade, tais como: “FIM DO MUNDO ocorrerá quando não existir mais a floresta e os animais nativos”, “o FIM DO MUNDO acontecerá quando as cabeceiras dos rios e córregos secarem onde não existirão mais os peixes”, “o FIM DO MUNDO acontecerá quando terra/solo cansado não produzirá mais as plantações comestíveis”, “o FIM DA HUMANIDADE ocorrerá quando não há mais a reprodução humana, ou seja, quando não nascer mais criança”. 

Essas concepções e explicações milenares Guarani e Kaiowá que fundamentam as lutas indígenas pela defesa da floresta, rios e córregos existentes nos territórios tradicionais. Visto que uma das atribuições dos Guarani e Kaiowá é lutar para salvar a terra, floresta e rios dos perigos iminentes para que não ocorra. 

A ligação com a terra (em guarani, “yvy”), assim, é vista por esses indígenas, por um lado, como tendo uma fundamentação econômica, de desenvolvimento de atividades que permitem a sobrevivência dos Guarani e Kaiowá, e, por outro, com um forte sentimento religioso de pertencimento à terra, fundamentada em termos cosmológicos, sob a compreensão de que os Guarani e Kaiowá foram destinados, em sua origem como humanidade, a viver e a cuidar deste território específico.

Em relação ao significado vital do território para o povo Guarani e Kaiowá, é preciso observar em detalhe o relacionamento desses indígenas com os seres invisíveis/guardiões (protetores/deuses) da terra, manifestado através de cantos e rituais diversos dos líderes espirituais. A forma de diálogo e respeito com esses seres humanos invisíveis marca uma diferença muito importante em relação à percepção e ao uso dos recursos naturais da terra. Esse é um aspecto fundamental e determinante do relacionamento dos Guarani e Kaiowá com os territórios antigos.

Os Guarani e Kaiowá têm ligação e conexão direta com os territórios específicos, se consideram como uma família só, dado que o território é visto por estes indígenas como humano. Os Guarani e Kaiowá possuem um forte sentimento religioso de pertencimento ao território específico, fundamentado em termos cosmológicos, sob a compreensão religiosa de que os Guarani e Kaiowá foram destinados, em sua origem como humanidade, a viver, usufruir e cuidar deste território, de modo recíproco e mútuo. Portanto, eles podem até morrer para salvar a terra. Há um compromisso irrenunciável entre os Guarani e Kaiowá e o guardião/protetor da terra, há um pacto de diálogo e apoio recíproco e mútuo: os Guarani e Kaiowá protegem e gerenciam os recursos da terra e, por sua vez, o guardião da terra vigia e nutre os Guarani e Kaiowá.

A compreensão destes espaços territoriais pelos Guarani e Kaiowá tem uma concepção cosmológica específica, sui generis, e uma fundamentação cosmológica e histórica que se enraíza em tempos passados e perdura até o presente. Dessa forma, a luta de recuperação das antigas áreas ocupadas pelos Guarani Kaiowa é realizada por meio de reocupação ou retorno pacífico ao território, caracterizado como um movimento pacífico e político-religioso exclusivo. Isto é, trata-se de uma articulação política comunitária e inter-comunitária de lideranças religiosas Guarani e Kaiowá.

Noticia no The New York Times


Em,10/06/2012
Violência bate Tribos Guarani do Brasil na busca por terras

Mauricio Lima para The New York Times
GUARDING TRADIÇÃO jovens Guarani durante uma cerimônia em Mato Grosso do Sul, Brasil. Mais Fotos »
Publicado em: 09 de junho de 2012

ARAL MOREIRA, Brasil - Os homens armados surgiram de caminhonetes na madrugada, com os rostos escondidos em balaclavas, e invadiram um acampamento rodeado por um campo de plantas de soja perto desta cidade na fronteira porosa do Brasil com o Paraguai.
Multimídia






Mauricio Lima para The New York Times
FALLEN LEADER Um menino jogado perto de um memorial para Nísio Gomes, que desapareceu no estado de Mato Grosso do Sul, onde tem havido uma onda de ataques contra os povos indígenas. Mais Fotos »
Testemunhas disseram que os homens então atirou Nísio Gomes, 59, um líder do povo indígena Guarani; carregado o cadáver em um caminhão, e foi embora.
"Queremos que os ossos de meu pai", disse Valmir Gomes, 33, um dos filhos de Nísio, que testemunhou o ataque de Novembro. "Ele não é um animal para arrastar para longe como isso."
Se os corpos são levados embora ou deixaram como testamento para batalhas por terra ancestral, assassinatos e desaparecimentos de líderes indígenas continuam a subir, deixando uma mancha na ascensão do Brasil como uma potência econômica.
A expansão de fazendas de gado e grandes em escala industrial fazendas em regiões remotas produziu uma disputa de terra que está deixando os ancestrais dos habitantes originais do Brasil desesperadas para recuperar terrenos tribais, em alguns casos, de cócoras sobre as propriedades contestadas. Proprietários de terras não-indígenas, entretanto, muitos dos quais vivem na terra resolvida há décadas por seus próprios antepassados ​​ao abrigo de programas do governo chamados de colonização, são tão apegados às suas reivindicações.
Os conflitos muitas vezes resultam em confrontos violentos, que por vezes terminam tragicamente para os invasores, armados aqui apenas com arcos e flechas.
Cinqüenta e um índios foram assassinados no Brasil em 2011, como muitos como 24 das mortes são suspeitas de estarem relacionadas com batalhas terrestres, segundo o Conselho Indigenista Missionário, um braço da Igreja Católica Romana.
As mortes chamaram a atenção para um problema que ainda assola o Brasil à frente da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, uma reunião de milhares programado para ser realizado no Rio de Janeiro este mês. Vinte anos atrás, antes da Cúpula da Terra original no Rio, as autoridades responderam às críticas internacionais sobre assassinatos de índios Yanomami por garimpeiros, a criação de uma reserva de 37 mil quilômetros quadrados na Amazônia.
Em um gesto menos impressionante, o presidente Dilma Rousseff avançou este mês com a demarcação de sete áreas indígenas muito menores. Mas Cleber César Buzatto, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário, disse que o movimento foi decepcionante já que as áreas não eram geralmente o foco das batalhas terrestres ou grandes projetos de infra-estrutura financiados pelo Estado.
Enquanto isso, os confrontos de terra em diversas partes do Brasil ainda estão ocorrendo.Em alguns casos, os tribunais têm aberto o caminho para alguns povos indígenas, que representam menos de 1 por cento da população do Brasil de 191 milhões, para recuperar terras.
No Estado de Roraima em 2009 , alta corte do Brasil expulsou os agricultores de arroz não-indígenas das terras de 20.000 índios, principalmente os povos Macuxi. Em um caso este ano, o Supremo Tribunal Federal anulou os títulos privados de cerca de 200 propriedades no Estado da Bahia Nordeste, determinando que a terra pertencia aos Hã-Hã-Hãe Pataxó pessoas. A decisão seguiu confrontos que deixaram pelo menos dois mortos.
Mas os tribunais podem realizar muita coisa. A tensão está aumentando também sobre a legislação proposta, visando a abertura de áreas indígenas à mineração , apontando como a demanda por recursos naturais do Brasil pode exacerbar as disputas de terra.
Os ataques contra os povos indígenas persistem aqui em Mato Grosso do Sul, um estado em expansão no sudoeste do Brasil, onde multinacionais como a Louis Dreyfus, o gigante francês de commodities, acabaram com o jogo.
Uma onda de contrastes de riqueza com a sensação de desesperança entre Mato Grosso do Sul povos indígenas do, que representam cerca de 75.000 da população do estado de 2,4 milhões. Sua marginalização tem raízes nas políticas postas em prática na década de 1930, quando os governantes do Brasil encurralados o Guarani em pequenas reservas com a intenção de abrir vastas áreas para colonos.
Os resultados para os povos indígenas foram desastrosos. Na sombra de Mato Grosso do prosperidade Sul, os líderes indígenas chamaram a atenção na última década para asmortes de dezenas de crianças Guarani de desnutrição e uma epidemia de suicídios , nomeadamente em Dourados, uma área urbana, onde milhares de Guarani face ao vivo a lado em pequenas parcelas de terra.
"Dourados é talvez a maior tragédia conhecida indígena no mundo ", disse Deborah Duprat, o procurador geral do Brasil vice.
Além da desnutrição e suicídio, também houve ataques ao Guarani. Mais da metade dos assassinatos no Brasil dos povos indígenas em 2011 ocorreu em Mato Grosso do Sul. A violência está longe de ser escondida.
O ataque de Novembro, sobre o Sr. Gomes, dias depois ele levou um grupo de 200 Guarani que ocuparam uma fazenda de soja, foi especialmente brutal. Uma gangue de arma-wielding os homens, "pistoleiros", como são chamados aqui, foi dito por testemunhas de ter realizado o ataque, que também envolveu espancamento de outros adultos e crianças no acampamento.
Polícia Federal do Brasil encontraram evidências de que quatro proprietários de terras na área havia contratado uma empresa privada de segurança para remover o Guarani, de acordo com a Agência Brasil, agência de notícias do governo. Dez pessoas foram identificadas em dezembro como suspeitos do ataque, disse Jorge Figueiredo, o oficial que investiga o caso. Mais de seis meses após o ataque, os suspeitos permanecem livres, apesar de relatos de testemunhas do ataque. Sr. Figueiredo disse que as identidades não podem ser divulgados, como as autoridades tentam construir um forte caso. Além disso, sem o corpo do Sr. Gomes, os investigadores não têm sequer a prova material de que ele foi morto, apesar de seu filho Valmir disse que viu seu pai morto naquele dia.
À medida que a investigação se arrasta, o Guarani vive com medo. Famílias dormem em tendas no acampamento, que eles chamam de "tekohá", ou "terra sagrada". Patrulha adolescentes com arcos e flechas. Quando os visitantes são admitidos, crianças segurarem cartazes dizendo: "Queremos que os ossos de Nísio Gomes, o nosso líder."
O sentimento de impunidade sobre o ataque segue um padrão, os líderes Guarani disse, em que eles enfrentam fazendeiros que montam poderosos esforços legais para expulsar invasores de suas propriedades. Alguns proprietários alegam que o sistema labiríntico do Brasil legal torna a resolução de disputas difícil.
"Os direitos de todos devem ser garantidas", disse Roseli Maria Ruiz, cuja família possui uma fazenda que foi parcialmente ocupado por mais de uma década por posseiros Guarani. Confrontos na sua propriedade, surgiram. "Nós não podemos, como não-nativos, ser tratados como cidadãos de segunda classe", disse ela. "Em vez disso, nós, também, devem ter o direito de nos defender."
Líderes Guarani dizem que também são impedidos em seus direitos, o processo legal, envolvendo estudos antropológicos e decisões de burocratas em Brasília para determinar a propriedade da terra.
Enquanto isso, as tensões arder em Mato Grosso do Sul, e persistem ameaças contra o Guarani. Um líder Guarani, Tonico Benites, 39 anos, descreveu um encontro angustiante em abril. Ele disse que um homem armado em uma motocicleta parou ele e sua esposa em uma estrada deserta e ameaçou matá-lo por causa de seus esforços para recuperar terras. A tempestade terminou esse encontro, disse Benites, que ainda treme ao narrar-lo."Eu disse a mim mesmo, 'eu vou gritar até que eu estou morto, a minha mulher vai me ouvir, talvez alguém'", disse ele. "Eles podem me eliminar, mas não vou ficar sem um grito."
Lis Horta Moriconi, contribuiu com reportagem do Rio de Janeiro.
Uma versão deste artigo apareceu na imprensa em 10 de junho de 2012, na página A 6 do New York edição com a manchete: Hits Violência Tribos do Brasil Na busca por terras.

Fonte : New York Times

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

INVASÃO DO TERRITÓRIO GUARANI KAIOWÁ

OS TERRITÓRIOS INDÍGENAS DO LITORAL FORAM INVADIDOS EM 1500 ENQUANTO O TERRITÓRIO GUARANI KAIOWÁ FOI INVADIDO PELO PEQUENO GRUPO DE FAZENDEIRO-POLÍTICO EM 1940. VER A NOTA A SEGUIR.


Esta nota da Aty Guasu pretende evidenciar que, a partir de 1930, os territórios Guarani e Kaiowá foram invadidos e apropriados pelo grupo de fazendeiros do Brasil pertencente à classe rica dominante. Assim, é evidente que a invasão e conquista de territórios Guarani e Kaiowá ocorreu após 380 anos de invasão de litoral do atual Brasil, ou melhor, primeiramente o litoral do atual Brasil foi invadido e conquistado pelos colonizadores europeus em 1500. Enquanto os territórios tradicionais Guarani e Kaiowá foram invadidos e conquistados já pelo pequeno grupo de brasileiros ricos a partir de 1930. Dessa forma, esta nota visa demonstrar que todos os territórios tradicionais Guarani e Kaiowá foram invadidos e conquistados pelo pequeno grupo de fazendeiros que são proprietários atuais de várias fazendas instaladas sobre as terras antigas Guarani e Kaiowá. Importa se observar que algum desses fazendeiros rico é proprietário de várias fazendas localizadas tanto no Mato Grosso do Sul quanto em outros Estados do Brasil. As lideranças e comunidades Guarani e Kaiowá conhecem que a maioria dos fazendeiros possui mais de quatros (04) fazendas com tamanha/extensão mais de trinta mil (30.000 ha) hectares. Diante disso, Aty Guasu Guarani Kaiowá observou que “é muita terra para um “branco” fazendeiro”, não é? 


Fica evidente que, a partir de 1960, um fazendeiro mandou expulsar, de forma violenta, centenas Guarani e Kaiowá (crianças, mulheres idosos) de seus territórios tradicionais, na sequencia, somente ele sozinho, se apropria das amplas terras indígenas. Destacamos que um fazendeiro sozinho possui trinta mil (30.000) hectares de terra, enquanto 170 indígenas Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay ocupam um (01) um hectare de terra. É importante relembrar que à época da invasão de territórios Guarani e Kaiowá pelo grupo de fazendeiros, em meado de 1960, por exemplo: uma família grande composta aproximadamente por 100 Guarani e Kaiowá ocupava mais de três mil (3.000) hectares de territórios onde produziam seus alimentos e viviam de acordo com a cultura Guarani e Kaiowá. Atualmente, quarenta (40) anos depois da invasão dos territórios Guarani e Kaiowá pelo grupo fazendeiros-políticos dominantes, a maior parte das comunidades Guarani e Kaiowá expulsada fica sem terra, isto é, indígenas não têm mais espaço de terra para se assentar e sobreviver, por isso se acampa na margem da rodovia e na margem do rio onde estão sofrendo e morrendo cada dia.

 
Sabemos que os territórios Guarani e Kaiowá não foram invadidos pelos brasileiros “brancos” pobres, mas apropriados pelo pequeno grupo de fazendeiro “branco” rico. Assim, no MS, a maioria dos brasileiros pobre e sem terra trabalhadores é dominado e explorado também por esse mesmo grupo de fazendeiros- políticos locais do MS.


Por fim, pretendemos alertar que uma parte desse mesmo grupo de fazendeiros, recentemente passa a invadir e ameaçar os territórios indígenas e floresta do Estado de Amazona. Além disso, esse mesmo grupo de fazendeiros-políticos ricos do MS atua fortemente na Câmara dos Deputados Federais e no Congresso Nacional para mudar a Constituição Federal/88. Por isso, convidamos a todos (as) brasileiros (as) desde já para nós mobilizarmos e manifestarmos juntos contra a alteração da Constituição da República do Brasil. Visto que eles querem mudar a CF/88, antes mesmo de aplicar os direitos indígenas garantidos na CF/88. Atenciosamente,Tekoha Guasu Guarani e Kaiowá, 18 de dezembro de 2012.Aty Guasu Guarani e Kaiowá luta pela efetivação de direitos indígenas

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

“Miséria cercada de riqueza por todos os lados” (MPF)


MPF acompanha Comissão do Congresso Nacional em visita a área indígena de MS. Integrantes falam em etnocídio dos guarani-kaiowá.
“Miséria cercada de riqueza por todos os lados”
Senadores e deputados ouvem indígena em Pyelito Kue, Iguatemi (MS)
 
Equipe do Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul acompanhou os representantes da comissão externa do Congresso Nacional, em visita à área indígena Pyelito Kue, na fazenda Cambará, em Iguatemi, sul do estado. Os 8 congressistas visitaram o acampamento que se tornou mundialmente famoso após uma carta dos indígenas explicando a sua luta pela terra ser interpretada como ameaça de suicídio coletivo. 
 
Eles conheceram as condições de vida dos cerca de 170 habitantes do local, um acampamento à beira do Rio Hovy, estabelecido em novembro de 2011. As informações levantadas, assim como aquelas repassadas pelo Ministério Público Federal, irão subsidiar relatório da Comissão, que será entregue à Presidência da República, e será discutido  internamente pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. 
 
Os representantes do MPF informaram os congressistas sobre a possibilidade jurídica para a indenização dos proprietários de terras que forem consideradas indígenas, desde que possuam títulos emitidos pelo governo federal.  
 
Vieram a Mato Grosso do Sul os deputados federais Janete Capiberibe, Penna, Ricardo Tripoli, Sarney Filho, Erika Kokay e Geraldo Rezende, além dos senadores João Capiberibe(PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Delcídio do Amaral (PT-MS) e Waldemir Moka (PMDB-MS) inicialmente participariam mas desistiram.  
 
Os integrantes da comissão descreveram a condição dos indígenas como “desumana, inadmissível, e absurda situação de confinamento”. Clique nos nomes dos parlamentares para ouvir o depoimento deles sobre a situação dos indígenas em MS: deputado Sarney Filho,deputada Erika Kokay, senador João Capiberibe e senador Randolfe Rodrigues.
  
mpf pyelito kue dez 2012  pyelito kue 2012
Imagens da visita e do acampamento Pyelito Kue
 
Pyelito Kue
 
Os índios se refugiaram no local que atualmente ocupam depois de ataque de pistoleiros em agosto do mesmo ano (clique aqui para conferir notícia e fotos). Crianças e idosos ficaram feridos e o acampamento, montado à beira de estrada vicinal, foi destruído. Eles permanecem na área por decisão judicial, até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos pela Funai. 
 
Mato Grosso do Sul possui a 2ª maior população indígena do Brasil, cerca de 70 mil pessoas. São cerca de 40 mil indígenas da etnia guarani-kaiowá. Confinados em pequenas reservas e acampamentos de beira de estrada, eles enfrentam o maior índice de homicídios do país, 140 mortes por 100 mil habitantes. 
 
Os indígenas foram expulsos de suas áreas de origem entre o fim do século XIX e meados do século XX, para a colonização do estado, e confinados em pequenas áreas que não permitiam sua organização social. A partir de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, que garantiu a posse indígena sobre as áreas tradicionais, houve um fortalecimento do movimento indígena no estado. A Constituição também determinou que o Ministério Público Federal é o defensor dos direitos dos povos indígenas.
 
Para saber mais sobre a questão indígena em MS, acesse a Revista Tekohá 2. Clique aqui para conferir a Revista Tekohá 3.
 
pyelito cabeça vaca
 
pyelito atravessa rio
Único acesso ao acampamento é pelo rio

 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Noticia da BBC Brasil em Londres


Atualizado em  12 de dezembro, 2012 - 09:58 (Brasília) 11:58 GMT
Uma série de fotos feitas pela fotógrafa paulistana Rosa Gauditano mostra a luta pela sobrevivência de índios Guarani-Kaiowá na beira das estradas de Mato Grosso do Sul.
Há hoje mais de 30 acampamentos indígenas nas rodovias do Estado, habitados, em grande parte, por Kaiowás.
"Fazem isso por desespero, mas também como uma forma de protesto", disse a fotógrafa.
"Eu fotografo povos indígenas há 20 anos e nunca havia visto situação de penúria tão grande. O que está acontecendo no Brasil é um genocídio silencioso".
"Em algum momento, os índios, os fazendeiros, o governo e a sociedade brasileira como um todo terão de chegar a um consenso e resolver a situação desse povo. São 43 mil pessoas que precisam de sua terra para viver com dignidade".
"E se a solução é indenizar os fazendeiros que geram riqueza para o Brasil e que adquiriram a terra por meios legais, que seja".
Nas imagens, feitas ao longo dos últimos três anos, o povo da segunda maior etnia indígena brasileira também é visto acampado provisoriamente em fazendas onde há disputa pela propriedade da terra ou vivendo em reservas demarcadas - às vezes, à custa de sangue derramado.
Gauditano começou a fotografar povos indígenas no Brasil em 1991. Desde então, vem documentando a cultura de diversas etnias indígenas, publicando livros e realizando exposições sobre o tema, no Brasil e no exterior (ela expôs seu trabalho no centro cultural South Bank, em Londres, Grã-Bretanha, em 2010).
Ao lado de representantes da etnia Xavante, Gauditano é também co-fundadora da ONG Nossa Tribo, que tenta ampliar a comunicação entre povos indígenas e o resto da população.

Suicídios

Segundo dados do último censo, há hoje 896,9 mil índios no Brasil. Os cerca de 43 mil Kaiowás são naturais da região onde hoje ficam o Estado de Mato Grosso do Sul e o Paraguai.
Em outubro, o caso de uma comunidade dessa tribo, acampada na fazenda Cambará, no município de Iguatemi, MS, causou comoção no Brasil.
Após uma ordem de despejo emitida pela Justiça Federal, os 170 índios do acampamento, em um local conhecido como Pyelito Kue, escreveram uma carta que dizia: "Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui".
A carta, divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) foi interpretada como uma ameaça de suicídio coletivo. Ela circulou pelas redes sociais e deu origem a uma grande campanha em defesa dos índios, com protestos em vários pontos do país.
Como resultado, um tribunal decidiu pela permanência dos índios no local. Mas a situação do grupo ainda não está regularizada.
Em entrevista à BBC Brasil, Rosa Gauditano explicou por que a carta da comunidade de Pyelito Kue foi interpretada como uma ameaça de suicídio.
"Isso foi mal interpretado, por causa do histórico de mortes por suicídio entre os Kaiowás", explicou. "Não disseram que iam fazer um suicídio coletivo. A intenção era dizer ao governo federal que dali só sairiam mortos".
O índice de suicídios entre os Kaiowás começou a crescer a partir da década de 80, quando mais e mais fazendeiros passaram a adquirir terras na região do Mato Grosso do Sul, ou receberam concessões de terras do governo. Desde então, a região se dedica à produção intensiva de soja, milho, cana de açúcar e gado.
Removidos da terra, os Guaranis-Kaiowás – que ocupavam tradicionalmente a vasta região - começaram a ser levados para reservas demarcadas pelas autoridades.
"Essas reservas hoje têm uma população muito grande e as pessoas não conseguem viver ali do modo tradicional, não conseguem plantar ou caçar", disse a fotógrafa.
Segundo o antropólogo do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo Spensy Pimentel, que estuda a etnia Guarani-Kaiowá e trabalha com Gauditano, há 42 mil hectares de terras demarcadas pelo governo no Estado. "Essas são as áreas efetivamente disponíveis", disse Pimentel à BBC Brasil. "Há mais uns 50 mil hectares demarcados, mas tudo embargado pela Justiça".
À primeira vista, o território disponível parece grande. Mas se fosse dividido entre a população Kaiowá, cada índio receberia pouco menos do que um hectare de terra – 10.000 m2 (100m x 100m). Ali, ele teria de viver e dali tirar seu sustento - algo impossível para qualquer agricultor.
Pimentel lembrou, no entanto, que esse tipo de cálculo usa critérios que não se aplicam à cultura indígena. "A Constituição brasileira assegura aos índios o direito às suas terras tradicionalmente ocupadas segundo seus próprios critérios".
Espremidos em reservas superpovoadas, os índios vivem sob estresse físico e mental. O alcoolismo e o uso de drogas são comuns.
Segundo o Ministério da Saúde, de 2000 a 2011 houve 555 suicídios de índios, a maioria Guaranis-Kaiowás. E o Estado de Mato Grosso do Sul é o campeão em número de suicídios no Brasil.
Esse comportamento não é parte da "tradição" da etnia, explicou o antropólogo.
"Os indígenas mais velhos são unânimes em afirmar que, por mais que possam entender a decisão de uma pessoa que toma essa opção, eles não viram mais que um ou dois casos de suicídios antes dos anos 80", disse. "Nesse sentido, os suicídios não podem ser vistos fora do contexto do confinamento dos Guarani-Kaiowá que foi produzido pelo Estado brasileiro. Foi dentro das reservas superlotadas e diante da falta de perspectiva de vida para os jovens que os suicídios se transformaram em uma epidemia".

Beira de Estrada

Outra resposta para essa situação de estresse intolerável - explicou Gauditano - foi abandonar as reservas e ir para a estrada.
Fotógrafa experiente, Gauditano se confessou chocada ao se deparar com os acampamentos nas estradas que cercam a cidade de Dourados, um dos polos econômicos do Estado de Mato Grosso do Sul.
"As famílias vão para as estradas, fazem acampamentos em um espaço de 30 m que fica entre a cerca da fazenda e a beira da estrada. Ficam vivendo ali durante anos. Às vezes, se mudam de um ponto para outro se são pressionados. Não têm água potável nem banheiro, não podem fazer uma roça, não têm comida, escola, nada. E fazem as casas com plástico preto. A temperatura dentro dessas cabanas chega a 50 graus durante o dia, não dá pra ficar ali dentro".
"Crianças, velhos, famílias inteiras ficam acampadas na beira da estrada. É um desespero. E há muitos atropelamentos, porque aquilo é um corredor de auto-estrada, onde passam ônibus, caminhões, carros".
Uma das fotos mostra a situação dentro de uma cabana à beira da estrada. Quando chove, a água alaga as cabanas, explicou a fotógrafa.
"Uma vez, choveu muito e eles passaram quatro meses com 50 cm de água dentro das cabanas".
"O que você vê na foto é barro. A cama está suspensa porque tem barro dentro da cabana, então eles puseram pedras para poderem andar ali dentro. Se você pisa entre as pedras, seu pé afunda".
"É como um lodo, tem até um sapo ali. Eu fiz a foto e na hora não vi, porque não tinha janela".

Violência

A fotógrafa disse ter ficado marcada pelo olhar dos índios.
"O olhar. As pessoas têm um olhar tão triste que você fica incomodado. Bebezinhos, crianças e velhos te olham e parece que estão olhando para o nada."
O que as fotos de Gauditano não mostram, no entanto, é a violência que permeia as vidas do povo Guarani-Kaiowá.
"Gerações de líderes são assassinadas e você não acha os corpos. Há uma violência latente, muito grande, por baixo do pano."

Esperança

Em meio ao sofrimento que observou em suas expedições ao MS para fotografar os Guaranis-Kaiowás, Gauditano disse também ter encontrado serenidade e leveza.
Na aldeia Guaiviry, no município de Aral Moreira, a fotógrafa registrou imagens de crianças que cantavam e dançavam.
"A cena me passa esperança. O que segura o povo indígena é sua história, sua língua, sua religião e seus rituais", disse. "E criança sempre tem um bom astral. Sentem a barra pesada, mas estão sempre brincando e pulando".
O ano passado deve ter sido traumático para as crianças de Guaiviry. O cacique da tribo, Nísio Gomes, foi assassinado em novembro de 2011.
A terra da comunidade foi demarcada, mas a demarcação foi contestada e o caso está sendo julgado pela Justiça.
Em outra cena de aparente tranquilidade, uma Guarani-Kaiowá é vista rodeada de porquinhos.
Mas a relativa paz e contentamento em que vivem a índia e sua família, em uma pequena reserva demarcada - a aldeia de Piracuá, no município de Bela Vista -, tiveram um custo alto. Em 1983, um líder indígena que vivia na região, Marçal de Souza, também foi assassinado.
"Hoje, as famílias vivem bem ali, com sua terra, podendo fazer pequenas plantações de subsistência. Tem escola, assistência do governo, uma mata nativa", explicou Gauditano.

‘Comunicação é Poder’

Mas se por um lado os Kaiowás anseiam por viver em paz em seus territórios – e eles entendem que as reservas ocuparão apenas uma parte da terra que um dia foi deles -, a comunidade também abraça a modernidade, disse Gauditano.
"A tecnologia é muito importante para os índios hoje, principalmente o video, os celulares e a internet".
Segundo a fotógrafa, esses recursos permitem a comunicação não apenas dentro das próprias comunidades, mas entre as comunidades e o mundo lá fora.
"A tecnologia e as mídias sociais tiveram um papel fundamental na divulgação do drama dos Kaiowás despejados da aldeia em Pyelito Kue."
"Nunca vi uma mobilização tão grande da população brasileira em defesa de uma comunidade indígena como a que aconteceu em outubro", disse Gauditano.
"Isso me fez perceber o potencial imenso de mídias sociais, como o Facebook, para a causa indígena. Realmente, comunicação é poder!".
Um dos acampamentos fotografados por Rosa Gauditano, o Laranjeira, ficava na BR 163, nas imediações de Dourados, MS. Desde que as fotos foram feitas – em 2010 - os índios conseguiram as terras que reivindicavam, no município de Rio Brilhante. Entraram nas terras, mas ainda vivem em situação provisória, aguardando que a Fundação Nacional do Índio (Funai) identifique formalmente as terras – processo burocrático demorado, feito com base em pareceres de antropólogos.


Fonte: Da BBC Brasil em Londres
Atualizado em  12 de dezembro, 2012 - 09:58 (Brasília) 11:58 GMT

NOTÍCIA DA VISITAÇÃO DOS SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS


NOTÍCIA DA VISITAÇÃO DOS SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS

Capiberibe relata visita a comunidade Guarani-Kaiowá e pede solução urgente para conflitos
 


Da Redação

O senador João Capiberibe (PSB-AP) relatou em Plenário, nesta terça-feira (11), a visita realizada na véspera por um grupo de parlamentares a um acampamento Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, para avaliar os conflitos entre índios e fa
zendeiros. Fizeram parte da comitiva o próprio Capiberibe, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e os deputados federais Zequinha Sarney (PV-MA), Janete Capiberibe (PSB-AP), Erica Kokay (PT-DF), Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e Penna (PV-SP).



Capiberibe descreveu a situação no acampamento Pyelito Kue como degradante. Segundo o senador, os índios estão “praticamente encurralados” na margem do Rio Hovy, sem possibilidade de acesso fácil e de contato com as comunidades do entorno. Ele disse que os índios estão “assustados e temerosos com sua integridade física”.




O senador observou, no entanto, que após conversas com fazendeiros sentiu a possibilidade de um entendimento.




– Há uma tendência a procurar uma solução para esses conflitos, tanto de parte das comunidades indígenas, que sofrem e que vivem em condições de extrema precariedade, como também dos fazendeiros que, de boa-fé, ocuparam essas áreas – disse.



Para Capiberibe, o maior responsável pelos conflitos no Mato Grosso do Sul é o Estado brasileiro, que teria outorgado títulos de propriedade em terras tradicionalmente ocupadas por comunidades indígenas. Ele defendeu o pagamento de indenização aos fazendeiros, não só pelas benfeitorias, mas também pela própria terra. 



Em relação à situação dos índios, o senador ressalatou a urgência de medidas de curto prazo, como acesso a escolas e garantia de assistência à saúde.
- A outra ação é buscar, finalmente, uma solução definitiva, para devolver a terra a essas comunidades, a terra que foi usurpada pelo Estado brasileiro, na hora em que o Estado brasileiro levou os agricultores para aquela região e lhes garantiu um título que não poderia garantir - disse.




Agência Senado


(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Seminário A Cosmociência dos Guarani, Mbya e Kaiowa



O conselho da Aty guasu informa que no dia 10 de dezembro de 2012, vinte (20) intelectuais/palestrantes Guarani e Kaiowá viajam de Campo Grande- MS para Belo Horizonte-MG.

Essa comitiva de intelectuais/sábios Guarani e Kaiowá é composta por dez (10) intelectuais/filósofos nativos/lideranças religiosas Guarani e Kaiowá com mais de 80 anos de idade. Dez (10) graduados, pesquisadores e pós-graduandos Guarani e Kaiowá que participarão do 1º Seminário na UFMG. Importa destacar que neste 1º Seminário acadêmico, pela 1ª vez na história os intelectuais/cientistas nativos Guarani e Kaiowá ocuparão a mesma posição acadêmica de qualquer cientistas e intelectuais da universidades nacionais e internacionais não-indígenas.


Programação
[11/12/12 - TERÇA-FEIRA]

10h: Abertura - Cerimônia realizada pelos especialistas Guarani, Mbyá e Kaiowá.
Palavras de acolhimento e abertura do seminário:
José Carlos Levinho, Museu do Índio-Funai | Efigênia Ferreira e Ferreira, Reitoria da UFMG | Ana Gita de Oliveira, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN | Deborah Lima, Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG | Nádia Heusi Silveira, FUNAI | César Guimarães, Festival de Inverno da UFMG | Tonico Benites, Aty Guasu, PPGAS Museu Nacional UFRJ, Dourados, MS.
14h: Ñande ypy. Origem do mundo.
Ñande ypy é um conceito guarani que inclui a origem dos seres e todas as coisas. Todos os suportes e estruturas do mundo são vinculados a estas origens.
Palestrantes Guarani, Mbya e Kaiowá:
Atanásio Teixeira, aldeia Limão-Verde, Amambai, MS | Pedro Gonçalves Tapari, aldeia Arroio Kora, Paranhos, MS | Salvadora Chamorro, aldeia Ypo’i, Paranhos, MS | Leonel Lopes, aldeia Kurusu Amba, Coronel Sapucaia, MS |
Talcira Gomes, aldeia Itapuã, Viamão, RS
Mediação: Deise Lucy Montardo (UFAM e Instituto Brasil Plural)
20h: Tava, a casa de pedra. Filme de Ariel Ortega, Ernesto de Carvalho, Patricia Ferreira, Vincent Carelli, Pernambuco, 2012, 78?.
Apresentação de Ariel Ortega e Patrícia Ferreira, aldeia Koenju, RS.


[12/12/12 - QUARTA-FEIRA] 

9h: Ore ava reko e ore rekoha. Nosso modo de ser e de viver no tempo-espaço.
Os comportamentos são para os povos Guarani, Kaiowá e Mbya, modos de existência indispensáveis, que significam estar em boa relação com os seres visíveis e invisíveis. Garantir a existência harmoniosa e equilibrada no tempo-espaço é o trabalho constante dos seus xamãs e intelectuais.
Palestrantes Guarani, Mbya e Kaiowá:
Getulio Juca, aldeia Jaguapiru, Dourados, MS | Alda Silva, aldeia Jaguapiru, Dourados, MS | Rosalino Ortiz, aldeia Yvy Katu, Japorã, MS | Valério Vera Gonçalves, aldeia Panambi, Douradina, MS | Ângela Lopez Ramirez, aldeia Koenju, RS
Mediação: Nádia Heusi Silveira
14h: Ore Aty Guasu, jeroky, tekorã. Palavras de ação.
A recepção, a transmissão e o consenso das palavras orientam as ações. Estar na terra e lutar pela terra é uma forma de ser solidário a ela, pois ela está sofrendo, assim como as pessoas. É uma forma de ajuda mútua, de reciprocidade com ypy. Com que tipos de atos e instrumentos é possível fazer este trabalho cotidiano que pertence aos intelectuais, xamãs e pensadores indígenas?
Palestrantes Guarani, Mbya e Kaiowá:
Eliseu Lopes, aldeia Kurusu Amba, Coronel Sapucaia, MS | Atanásio Teixeira, aldeia Limão-Verde, Amambai, MS | Jorge Oliveira Gonçalves, aldeia Potrero Guasu, Paranhos, MS | Pedro Gonçalves Tapari, aldeia Arroio Kora, Paranhos, MS | Alcindo Wera Moreira aldeia M’Biguaçu, Florianópolis, SC
Mediação: Luciane Ouriques Ferrara
18h: Encerramento: Homenagem póstuma aos intelectuais Guarani, Mbya e Kaiowa
Oradores:
Dionisio Gonçalves, aldeia Arroio Kora, Paranhos, MS | Fernando Gonçalves, aldeia Ypo’i, Paranhos, MS | Lide Solano Lopes, aldeia Pyelito Kue, Iguatemi, MS | Valmir Gonçalves Cabreira, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS | Crecencia Flores, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS
Intelectuais e líderes políticos homenageados:
Marçal de Souza Tupã’i
Pancho Romero
Samuel Martins
Marcos Veron
Dorvalino Rocha
Dorival Benites
Xurite Lopes
Ortiz Lopes
Rolindo Vera
Genivaldo Vera
Nísio Gomes
Osmair Fernandes
José Barbosa de Almeida (Zezinho)
Rosalino Solano Lopes
Eduardo Pires
Paulito Aquino
Delosanto Centurion
Lázaro Morel
Lauro Concianza
Teodoro Ricarde
Amilton Lopes
Osvaldo Lopes
Adelio Rodrigues
Francisco Benites Romeiro
Rosalino Ximenes
Tomazia Vargas
Dom Quitito Vilhalva
Mario Vera
Mario Turiba
Ilario Cario
Felix Pires
Tradutores: Tonico Benites, Dourados, Museu Nacional, UFRJ | Izaque João, aldeia Panambi, Douradina, MS | Oriel Benites, aldeia Limão Verde, Amambai, MS | Genito Gomes, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS | Geraldo Moreira, aldeia M’Biguaçu, SC | Vherá Poty Benites, aldeia Itapuã, Viamão, RS
Participantes:
Convidados rezadores Ñanderu Guarani, Mbya e Kaiowa e pesquisadores indígenas de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Tonico Benites, antropólogo, UFRJ, Museu Nacional, Dourados, MS
Atanásio Teixeira, aldeia Limão-Verde, Amambai, MS
Jorge Oliveira Gonçalves, aldeia Potrero Guasu, Paranhos, MS
Pedro Gonçalves Tapari, aldeia Arroio Kora, Paranhos, MS
Dionisio Gonçalves, aldeia Arroio Kora, Paranhos, MS
Salvadora Chamorro, aldeia Ypo’i, Paranhos, MS
Fernando Gonçalves, aldeia Ypo’i, Paranhos, MS
Lide Solano Lopes, aldeia Pyelito Kue, Iguatemi, MS
Leonel Lopes, aldeia Kurusu Amba, Coronel Sapucaia, MS
Getulio Juca, aldeia Jaguapiru, Dourados, MS
Alda Silva, aldeia Jaguapiru, Dourados, MS
Valmir Gonçalves Cabreira, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS
Crecencia Flores, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS
Genito Gomes, aldeia Guaiviry, Ponta Porã, MS
Izaque João, aldeia Panambi, Douradina, MS
Karlene Pires, Dourados, MS
Eliseu Lopes, aldeia Kurusu Amba, Coronel Sapucaia, MS
Rosalino Ortiz , aldeia Yvy Katu, Japorã, MS
Valério Vera Gonçalves, aldeia Panambi, Douradina, MS
Oriel Benites, aldeia Limão Verde, Amambai, MS
Vherá Poty Benites, aldeia Itapuã, Viamão, RS
Talcira Gomes, aldeia Itapuã, Viamão, RS
Ariel Ortega, aldeia Koenju, RS
Patrícia Ferreira, aldeia Koenju, RS
Ângela Lopez Ramirez , aldeia Koenju, RS
Geraldo Moreira, aldeia M’Biguaçu, SC
Rosa Mariani Cavalheiro, aldeia M’Biguaçu, SC
Alcindo Wera Moreira Aldeia M’Biguaçu, Florianópolis, SC
Enviado por Luciana Oliveira Guarani Kaiowa.